Me encantei com o livro de Carolyn assim que o vi. Confesso que sou o tipo de leitora que se apaixona muito fácil ao primeiro olhar de uma bela capa. É muito arriscado julgar o livro pela capa, você pode encontrar de tudo: estórias estonteantes, aventuras sufocantes, uma paixão avassaladora. Mas, pode encontrar, ou melhor, perder, dinheiro e o seu tempo (uma afirmação muito forte, mas que não deixa de ser verdadeira). Porém, com o “amor a primeira capa” já vivi muitas vidas, conheci muito lugares, e participei de aventuras magníficas, e outras nem tanto, não é? Vou nem citar aqui... Mas, com o "Menino Que Via Demônios" foi uma bela viajem. Confira a resenha.
O menino que via demônios | Carolyn Jess-Cooke | Rocco | 2013 | 384 páginas
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Autora de O diário do anjo da guarda, a irlandesa Carolyn Jess-Cooke se volta para seres menos iluminados, mas tão fascinantes quanto em O menino que via demônios. O romance conta a história de Alex, um garoto de 10 anos que, desde a morte do pai, tem como melhor amigo um demônio de nove mil anos. Após a tentativa de suicídio da mãe, Alex conhece Anya, uma psiquiatra infantil que sofre com a esquizofrenia da própria filha. Ao longo do tratamento de Alex, porém, Anya passa a questionar suas próprias certezas: seria ele esquizofrênico ou o garoto realmente é capaz de ver demônios?
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Em “O menino que via demônios” conhecemos Alex Broccoli um garoto de dez anos de idade que devido a tantos problemas pelo qual fora obrigado a conviver, parecia um adulto no corpo de uma criança, porém, sem perder a ingenuidade e a pureza característica da sua verdadeira idade. Ele gosta de escrever piadas em seu diário e se equilibrar sobre as duas pernas traseiras de uma cadeira. Sua família se resumia ao cão Woof e à sua mãe, que depois de ter sido abandonada pelo pai de Alex, tornou-se melancólica e depressiva. Quando seu pai morre, o único amigo de Alex passa a ser Ruen, um demônio de 9 mil anos de idade, que conversava e interagia com ele, assumindo formas diferentes: às vezes era um menino igual a ele, sendo uma versão Alex-fantasma, e em outras, um velho.
Então, todo o medo desapareceu de mim, porque o que eu queria mais do que tudo no mundo era um amigo.
A mãe de Alex, Cinthia tentou suicídio novamente, e com isso ele conhece a doutora Anya, uma psiquiatra infantil. Ela acha curioso o caso de Alex, a sua capacidade de ver demônios e começa a investigar a causa disso: seria um sintoma de esquizofrenia ou outra doença mental? Mas, Anya também tem um passado doloroso: sua filha sofreu desta doença. Porém, chega um momento que Ruen começa a pedir a Alex para fazer algumas perguntas à doutora, as quais remetem o seu passado, reabrindo antigas feridas, o que deixa Anya perplexa, pois como Alex poderia saber daquilo?
Ela vê no garoto algo diferente e se depara com seus próprios limites ao tentar convencê-lo de que o seu amigo demônio não existe. Enquanto busca explicar as atitudes do menino a partir de seus conhecimentos em psiquiatria, Anya se aproximará cada vez mais da temida dúvida: será que Alex realmente consegue ver demônios? Seria Ruen mesmo real? Ou existia somente na cabeça do garoto?
– Hamlet viu o fantasma de seu pai?
– É uma peça de teatro, Michael…
Ele olha para mim, estendendo a mão para tocar meu braço.
– Não estou dizendo que ele seja um médium, Anya. Tem que haver uma razão para Alex ter se apegado a uma identidade tão específica.
Anya acredita que a maioria das crianças irlandesas que sofre algum tipo de psicopatologia são vítimas do desequilíbrio psicológico de seus pais, que cresceram sob a forte carga negativa da violência social que o país vivenciou nas décadas de 1970 e 1980. No caso de Alex, é a frágil relação de seus pais e os problemas da mãe, Cindy, que o preocupam a ponto de se manifestarem nele sérios distúrbios de comportamento.
Fora Alex e Anya, não há como não mencionar Ruen, de início confesso que ele não me assustava tanto, porém com o decorrer da leitura além de eu mesma me questionar no que eu queria acreditar ou deveria, me vi com medo e abismada por ele. Ruen conseguiu despertar um ódio literário em mim, mesmo não sabendo ao certo se ele seria uma entidade ou somente a representação imaginária. E a autora o compôs tão bem, de uma forma tão palpável, que nos deixa impressionados.
A narrativa é intercalada entre o ponto de vista de Alex e de Anya, e conhecendo cada um podemos ver argumentos que embasam tanto para a afirmação de que sim, o menino consegue ver demônios, quanto para que aquilo possa ser uma representação dos medos de Alex, ou seja, alucinação. Com o decorrer do livro conhecemos os medos, o passado e os cantos escuros da vida tanto de Anya quanto de Alex, a autora certamente acertou em seus personagens, criando-os de forma concisa, que nos tocam de diferentes formas, seja pela inteligência, mas também pela inocência de Alex, ou pela história emocionante e dolorosa de Anya.
Jess-Cook soube como conduzir uma história que apresenta o toque sobrenatural e a tensão em medidas certas, o leve suspense nos prende as suas páginas e o final nos reserva algumas surpresas. A todo o momento nos vemos numa corda bamba que separa a fé e a ciência, ambas medindo forças em um clima sombrio. O desfecho foi ótimo, e ao final pude concluir que “O menino que via demônios” foi um livro praticamente perfeito a meu ver, misturando fantasia e realidade de forma única e muito bem elaborada, do jeito que só grandes autores do gênero conseguem fazer. Emocionante, lindo, dramático e profundo, mais do que recomendado!
Carolyn Jess-Cooke entrou para a minha lista de autores preferidos.
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– Sou seu amigo, Alex.Então, todo o medo desapareceu de mim, porque o que eu queria mais do que tudo no mundo era um amigo.
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A mãe de Alex, Cinthia tentou suicídio novamente, e com isso ele conhece a doutora Anya, uma psiquiatra infantil. Ela acha curioso o caso de Alex, a sua capacidade de ver demônios e começa a investigar a causa disso: seria um sintoma de esquizofrenia ou outra doença mental? Mas, Anya também tem um passado doloroso: sua filha sofreu desta doença. Porém, chega um momento que Ruen começa a pedir a Alex para fazer algumas perguntas à doutora, as quais remetem o seu passado, reabrindo antigas feridas, o que deixa Anya perplexa, pois como Alex poderia saber daquilo?
Ela vê no garoto algo diferente e se depara com seus próprios limites ao tentar convencê-lo de que o seu amigo demônio não existe. Enquanto busca explicar as atitudes do menino a partir de seus conhecimentos em psiquiatria, Anya se aproximará cada vez mais da temida dúvida: será que Alex realmente consegue ver demônios? Seria Ruen mesmo real? Ou existia somente na cabeça do garoto?
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– Acha que Alex está realmente vendo alguma coisa?– Hamlet viu o fantasma de seu pai?
– É uma peça de teatro, Michael…
Ele olha para mim, estendendo a mão para tocar meu braço.
– Não estou dizendo que ele seja um médium, Anya. Tem que haver uma razão para Alex ter se apegado a uma identidade tão específica.
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Anya acredita que a maioria das crianças irlandesas que sofre algum tipo de psicopatologia são vítimas do desequilíbrio psicológico de seus pais, que cresceram sob a forte carga negativa da violência social que o país vivenciou nas décadas de 1970 e 1980. No caso de Alex, é a frágil relação de seus pais e os problemas da mãe, Cindy, que o preocupam a ponto de se manifestarem nele sérios distúrbios de comportamento.
Fora Alex e Anya, não há como não mencionar Ruen, de início confesso que ele não me assustava tanto, porém com o decorrer da leitura além de eu mesma me questionar no que eu queria acreditar ou deveria, me vi com medo e abismada por ele. Ruen conseguiu despertar um ódio literário em mim, mesmo não sabendo ao certo se ele seria uma entidade ou somente a representação imaginária. E a autora o compôs tão bem, de uma forma tão palpável, que nos deixa impressionados.
A narrativa é intercalada entre o ponto de vista de Alex e de Anya, e conhecendo cada um podemos ver argumentos que embasam tanto para a afirmação de que sim, o menino consegue ver demônios, quanto para que aquilo possa ser uma representação dos medos de Alex, ou seja, alucinação. Com o decorrer do livro conhecemos os medos, o passado e os cantos escuros da vida tanto de Anya quanto de Alex, a autora certamente acertou em seus personagens, criando-os de forma concisa, que nos tocam de diferentes formas, seja pela inteligência, mas também pela inocência de Alex, ou pela história emocionante e dolorosa de Anya.
Jess-Cook soube como conduzir uma história que apresenta o toque sobrenatural e a tensão em medidas certas, o leve suspense nos prende as suas páginas e o final nos reserva algumas surpresas. A todo o momento nos vemos numa corda bamba que separa a fé e a ciência, ambas medindo forças em um clima sombrio. O desfecho foi ótimo, e ao final pude concluir que “O menino que via demônios” foi um livro praticamente perfeito a meu ver, misturando fantasia e realidade de forma única e muito bem elaborada, do jeito que só grandes autores do gênero conseguem fazer. Emocionante, lindo, dramático e profundo, mais do que recomendado!
Carolyn Jess-Cooke entrou para a minha lista de autores preferidos.
Realmente não podemos julgar o livro pela capa, a história é muito intrigante, diferente, a sua resenha me deixou curiosa, nunca tive amigos imaginários até agora, bjs.
ResponderExcluirTambém despertou minha curiosidade,sabe se encontro ele para ler em pdf?
ResponderExcluirparabéns pelo blog e acima de tudo pelo gosto de leitura
ResponderExcluirhttp://receitinhasdaverinha.blogspot.com.br/
Ai amiga,a resenha esta ótima,vc arrasou,mas eu ñ gosto deste tipo de leitura,nada que fale de demônio, assombração,eu não leio.
ResponderExcluirMas valeu a dica,com certeza que tem quem aprecie esse tipo de leitura.
Bjsss
Deu uma ponta de curiosidade por aqui , que preciso ler ele urgente
ResponderExcluirA historia é bem intrigante
Que lindas narrativas e resenha! Eu não conhecia este livro e fiquei bem curiosa para ler! Beijos!
ResponderExcluirHum olha só um leitura legal, esse me interessa, gostei, fiquei curiosa para ler!
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Não conhecia o livro, mas fiquei bem curiosa depois da sua resenha, o livro parece ser bem intrigante e eu curto livros assim.
ResponderExcluirBeijos:*
Escritas na Chuva
Esse estilo de capa sempre me ganha, mas com essa resenha foi o combo completo.
ResponderExcluirAdoro esses temas mais obscuros com certeza tá na minha lista esse livro.
ResponderExcluirhttp://drigeise.blogspot.com.br/
Que história mais diferente e criativa! Achei bem legal! Bem diferente do esperado, de normalmente ter um anjo da guarda ou coisa assim! Bacana a resenha! =)
ResponderExcluirHistórias com teor psicológico e fantasioso quase sempre me interessam! Mas curti mesmo a menção que é feita a Hamlet :D
ResponderExcluirUm beijo!
Nunca vi o livro, mas fiquei bem interessada após ler esta resenha!
ResponderExcluirNossa, uma amizade entre um menino e um demônio, que curioso e amedrontador ao mesmo tempo *0* Gostei da perspectiva psicológica diante da história familiar do menino e de seu possível dom de enxergar criaturas demoníacas.
ResponderExcluirParabéns, você escreve muito bem.
Beijos
www.juhlihipy.com
Resenha muito bem escrita, parabéns!
ResponderExcluirA história desse livro me lembrou muito Supernatural haha! Fiquei bem curiosa pra ler!
Nossa, deu até medo. E que resenha bem escrita ♡ Infelizmente eu sou muito medrosa e tenho a mente fértil, por isso fujo de livros do tipo, mas sério, fiquei muito curiosa. Fala só pra mim, é verdade ou só mental? Rs
ResponderExcluirisabellefelicio.com
Me interessei por esse livro só por causa da sinopse (claro que também adorei a sua resenha). Sou muito apaixonada por esse livros que envolvam psiquiatria e esquizofrenia :) já anotei o nome para poder colocá-lo na minha wishlist <3
ResponderExcluirbeijos :*
http://memorialices.blogspot.com.br/
Gostei do livro só pelo o nome haha sua resenha ficou incrível e despertou a vontade de ler <3
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